A bibliotecária Laís Pereira de Oliveira é a segunda entrevistada pelo blog. Ela fala um pouco sobre a unidade de informação na qual atua, os serviços que nela realiza e os desafios e expectativas da profissão.
Entrevista
Tempo de formação:
Laís: Conclui a graduação em dezembro de 2010, mas só colei grau em 17 de março de 2011. Então, como devo contabilizar?? Seriam 5 meses ou 2??
Breve descrição/contextualização da biblioteca onde atua:
Laís: A Biblioteca da Superintendência do Iphan em Goiás é uma unidade de informação especializada nas áreas de cultura e patrimônio. Seu acervo conta basicamente com obras de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia, História, Arqueologia, Antropologia, Direito, Artes, Planejamento Territorial e Urbano, Cultura e Patrimônio. A biblioteca é voltada para o atendimento das necessidades informacionais dos servidores que atuam no Iphan-GO; apesar de seu caráter interno, atende à pesquisa local de usuários externos.
Ações/projetos que realiza na instituição:
Laís:
* gerenciamento da unidade de informação;
* processamento técnico de materiais bibliográficos e audiovisuais;
* atendimento ao usuário interno e externo (serviço de referência);
* elaboração de relatórios estatísticos e de atividades anuais executadas pela biblioteca;
* supervisão de estagiário (vc, rsr);
* elaboração e envio de boletim informativo ao público interno;
* controle de empréstimo, reserva e devolução de obras, via software de automação;
* controle sobre parte do processo de aquisição de novas obras via pregão (conferência, separação, inclusão no acervo e/ou envio aos escritórios técnicos se for o caso).
* tratamento de acervo de jornais;
* tratamento e processamento de acervo de periódicos;
* higienização periódica do acervo bibliográfico;
* exposição das novas obras adquiridas;
* inclusão/exclusão de usuários via software de automação;
* manutenção do acervo; (acho q é basicamente isso. A parte do arquivo não precisa entrar aqui não, né?!)
Desafios da profissão:
Laís: Ser bibliotecária representa um constante desafio, que vai desde o papel social e humanista de que a profissão é carregada, até a habilidade - aparentemente banal, mas só aparentemente - da qual devemos ser detentores, qual seja sintetizar informação a partir de um todo, para possibilitar sua representação de forma exata e precisa em sistemas de recuperação, visando o acesso e uso desta por parte do usuário - nossa razão de existir. Em termos atuais, considero como desafios (mas que devem obviamente ser vencidos):
* as novas tecnologias da informação e comunicação (TIC's), que têm sido cada vez mais incrementadas à nossa profissão, e o desafio está em ser capaz de utilizá-las para o aperfeiçoamento de nosso fazer profissional;
* o papel gerencial do profissional bibliotecário, tendo em vista que somos, de modo crescente, instigados/desafiados a assumir o papel de verdadeiros gestores da informação e do conhecimento em unidades de informação, em organizações, em empresas privadas, etc. Seja qual for o ambiente, já não somos mais apenas profissionais dedicados à atividades de organização e manutenção de unidades de informação. Nossa habilidade no trato com a informação exige mais, e com certeza passa por este papel de gestor, capaz de contribuir com o aperfeiçoamento dos ciclos informacionais, com o compartilhamento de informações e conhecimentos no âmbito organizacional e a utilização dos mesmos na tomada de decisões.
Oportunidades/diferenciais da profissão:
Laís: Nossa profissão representa uma gama enorme de opções de atuação. Podemos atuar em ambientes diversos (bibliotecas, arquivos, centros de documentação, escritórios de advocacia, empresas privadas em geral, agências de publicidade, hospitais); além do que temos condições de desenvolver atividades da mesma forma diversas, tais como organização, representação e disponibilização de conteúdos de informação, organização e gestão documental, planejamento de unidades de informação, atendimento e fornecimento de conteúdos para subsidiar pesquisas, entre outras questões. Somos "multiprofissionais" e o nosso diferencial está na capacidade de propiciar ordem onde existe o caos, em uma era movida pela quantidade descomunal de informação.
Expectativas com relação ao mercado de trabalho (Goiânia e Brasil):
Laís: Minhas expectativas são positivas, tanto em termos regionais quanto nacionais. A tendência com a lei que dispõe sobre a universalização das bibliotecas escolares, é que o mercado nessa área cresça bastante nos próximos anos. A área privada também tem percebido o valor do profissional bibliotecário, prova disso é nossa atuação em locais os mais diversos como os citados acima. A academia é outra vertente, que também deve ser pensada pelos futuros profissionais, até porque é preciso formar mestres e doutores hoje para ensinar as jovens mentes de amanhã. Enfim, possibilidades de trabalho temos bastante, precisamos apenas aproveitar devidamente e nos aperfeiçoar constantemente para atender com qualidade aos propósitos para os quais somos designados.
Quais são suas expectativas com relação à profissão?:
Laís: Da mesma forma, também são positivas. Acredito que tive uma boa formação acadêmica, e pretendo dar sequência a ela, pelo fato de que a excelência e uma boa atuação profissional dependem do esforço e da vontade de aprender sempre. Me sinto feliz em poder exercer a profissão que escolhi a exatos quatro anos atrás, escolha da qual não me arrependo. Pelo contrário, me sinto muito realizada. Vejo que nossa atuação só tende a crescer e ganhar espaço em áreas até então "não habitadas" por nós bibliotecários. Guiabibliotecário.
Pela fala da bibliotecária percebe-se otimismo com relação a profissão, apesar de pouco tempo de formação. A atuação de um profissional recém-formado mostra que o mercado está favorável, mesmo com os desafios encontrados. Outro aspecto relevante é a carreira acadêmica ressaltada na fala da bibliotecária, uma outra área de atuação que se mostra carente de professores. Enfim, as possibilidades de atuação são diversas, principalmente frente as tecnologias.....
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