A
escolha da carreira a seguir normalmente é cercada por indecisão e muita
expectativa dos mais próximos. As alternativas clássicas, como medicina e
direito, são sempre bem-vindas. Mas o anúncio da escolha de cursos menos
populares, como arquivologia e biblioteconomia pode causar estranheza. A
pergunta que, provavelmente, surgirá é: há mercado para essas carreiras? Sim,
há! Apesar de pouco conhecidas, são opções interessantes aos que buscam uma
vaga no mercado público.
Só
este ano, Banco do Brasil, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ofereceram oportunidades
para bibliotecários e arquivistas. Dentre os candidatos à vaga na Finep,
Isabela Siebra foi uma das bem-sucedidas no concurso. A bibliotecária está
aguardando agora ser chamada para a vaga.
- Estou
muito animada e ansiosa para ser chamada para a Finep. Inclusive, já passei
também para a Uerj e pro Ministério Público, mas ambos são para cadastro de
reserva. Sempre atuei na minha área, nunca tive problemas com isso - afirma
Isabela, 41 anos, formada desde 1991, e atualmente trabalhando na biblioteca da
Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec).
Alex
Mendes, professor da Academia do Concurso, analisa o cenário dessas carreiras:
- Em
muitos concursos, o número de candidatos com a qualificação exigida ou que se
interessem pela função gera baixa procura relativa, considerando a média de
demanda por outros concursos. Essas vagas são pouco divulgadas e,
consequentemente, desejadas, gerando, assim, uma relação candidato vaga mais
atraente.
O
arquivista Renato Valentini também não tem do que reclamar sobre sua área. Há
um ano e meio atuando nos arquivos da Fiocruz, o profissional lamenta apenas a
pouca importância dada a profissão.
- A
procura por essas carreiras ainda é baixa, considerando a importância delas.
Porém, venho notando nos últimos anos alguma melhora nesse sentido. As pessoas
estão começando a valorizar aqueles que organizam e facilitam o acesso a
documentos importantes para a história da sociedade.
Marcelo
Marques, diretor do Concurso Virtual, destaca ainda outras carreiras que também
apresentam muitas vezes interessante relação candidato-vaga:
- Vejo
isso ocorrendo também, por exemplo, com cargos como políticas públicas e
gestores públicos, em função da modernização pela qual a administração pública
vem passando - opina Marques.
Mendes
lista, ainda, mais carreiras nas quais a busca é abaixo do esperado:
-
Concursos para museologia, serviço social e relações públicas são alguns casos.
São carreiras atraentes de nível superior, com boa remuneração, benefícios e, o
mais importante, estabilidade. Mas acredito que a tendência é que ocorra, nos
próximos anos, com a profissionalização do serviço público e os ajustamento de
conduta, provocando a demissão dos terceirizados, uma busca ainda mais efetiva
por carreiras, até então, desprezadas.
Marques
finaliza com um incentivo:
- As
pessoas ainda não têm tanto conhecimento das oportunidades em algumas carreiras
específicas que os concursos oferecem. Inclusive, muitas pessoas que têm
diploma de nível superior acabam fazendo concurso para nível médio acreditando
ser mais fácil de passar. E, na verdade, isso é um mito. Atualmente, a
concorrência dos concursos de nível médio está muito grande, o que,
consequentemente, faz com que o concurso seja mais disputado, dificultando o
ingresso. Portanto, acredite nessas oportunidades específicas.
Leia
mais sobre esse assunto em:
http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2011/10/25/profissoes-pouco-populares-que-ganham-espaco-nos-concursos-publicos-925652449.asp#ixzz1c05wMYZj
Fonte:
ABGO